'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

TORMENTA



Ouço o estrondo dos trovões
Raios de luz cortam a negritude do céu
Refugiaram-se as estrelas por detrás das densas nuvens
A lua bisbilhoteira ora surge, ora se esconde
Parece que fica a espiar lá de longe
O vento açoita sem piedade
Posso ouvir a nervosa sinfonia de violinos
Que circundam o vale e ganham as montanhas
Fazendo as árvores curvarem-se num bailado coreografado
Sapos fazem algazarra como quem saúda uma visita
A coruja pia ao longe, refugiada numa árvore qualquer
Algumas aves noturnas parecem desorientadas
Voam em círculos freneticamente –  compreendo-as.
A cortina balança agitada acenando que a tempestade se aproxima
Os primeiros pingos de chuva me encontram inerte na janela
E ali permaneço por alguns instantes.
Meu desejo era aventurar-me na chuva
Deixar a chuva lavar minha alma, encharcar-me
Tirar os desprazeres e as incertezas
Livrar-se das coisas negativas que perturbam...
É preciso recolher-se
A chuva ganhou intensidade
E a prudência conduziu-me ao aconchego...
Deixei a tempestade do lado de fora
Ouvi-la aquieta o poeta.

Denize Maria.






NUANCES E SUTILEZAS



Rendo-me aos teus caprichos profanos
À sedução que desconhece limites e conveniências
Mas reconhece na alma a essência
E fazem despertar na loucura lúcida
Prazeres despidos de pudores e tabus.

Rendo-me aos teus beijos que brotam
Com a volúpia dos pensamentos em devaneios
Declamo poesias ao teu ouvido em sussurro.
E despidos de vestes e máscaras
Amar-te ao amanhecer por inteiro.

Rendo-me à musica que toca em teu olhar
Convido-o para comigo dançar sob o encanto do luar
Embriagados pelo prazer que exala como perfume de flor
Já não importa se chove ou faz sol, frio ou calor
Em teu corpo encontro o exílio e a liberdade que busco.

Rendo-me aos mistérios da sedução
Que me cativa, fascina e seduz
Que me eleva em devaneios insanos
Ao encontro de ti pura perdição ganhar asas
E provar do veneno de teu encanto.

Rendo-me à sede de beber de tua boca
Sem pedir licença entrar em tua vida
Despertar emoções adormecidas, perverter.
Fazer-te suspirar ensandecido de prazer
Reascender a chama da paixão adolescente.  

Rendo-me aos pecados que teu corpo me oferece
Já não há mais como resistir aos encantos
Tua voz é um açoite que faz meu corpo arrepiar
Teu sorriso é poço profundo que atenta a me arremessar
Teus braços são um convite ao deleite
Então vem... Vem comigo dançar...


Denize Maria.