'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

TORMENTA



Ouço o estrondo dos trovões
Raios de luz cortam a negritude do céu
Refugiaram-se as estrelas por detrás das densas nuvens
A lua bisbilhoteira ora surge, ora se esconde
Parece que fica a espiar lá de longe
O vento açoita sem piedade
Posso ouvir a nervosa sinfonia de violinos
Que circundam o vale e ganham as montanhas
Fazendo as árvores curvarem-se num bailado coreografado
Sapos fazem algazarra como quem saúda uma visita
A coruja pia ao longe, refugiada numa árvore qualquer
Algumas aves noturnas parecem desorientadas
Voam em círculos freneticamente –  compreendo-as.
A cortina balança agitada acenando que a tempestade se aproxima
Os primeiros pingos de chuva me encontram inerte na janela
E ali permaneço por alguns instantes.
Meu desejo era aventurar-me na chuva
Deixar a chuva lavar minha alma, encharcar-me
Tirar os desprazeres e as incertezas
Livrar-se das coisas negativas que perturbam...
É preciso recolher-se
A chuva ganhou intensidade
E a prudência conduziu-me ao aconchego...
Deixei a tempestade do lado de fora
Ouvi-la aquieta o poeta.

Denize Maria.






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