No horizonte contornos curvilíneos se aproximam
Aguardam-me ao amanhecer em forma de poesia.
Escuras as sombras das formações montanhosas
Vão ganhando nuances de cores sombreando nuvens.
O vento matinal vem balançar meus pensamentos
Segredar meus desejos ao nascer do sol além
Que já desponta luxuosamente dourado
Abençoando meu
despertar do dia .
Vou compondo mentalmente em transe
Rimas de uma saudade transbordante
Anseia embevecido meu
coração encarcerado
Enquanto as imagens vão ficando para trás.
Árvores, pedras, estrada se confundem rapidamente
E se perdem, se camuflam vão ficando num passado recente
Vão-se beijos e abraços que ficaram nos lençóis quentes
Restam sintomas de saudades latentes disfarçadas em suspiros.
O relógio marca o tempo no compasso mergulhando o dia
A estrada vai ficando para trás numa curva qualquer
Corre cerca, nuvem, encruzilhada, automóvel...
Ponteiros, rimas, acelerador e saudades se misturam no
tempo.
Sem espaço para a saudade feiticeira
Ganha o mundo a danada sem limites
Volta à noite já trazendo novidades
Em um poema carregado de existências.
Denize Maria