'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

quarta-feira, 30 de abril de 2014

SINTOMAS DE SAUDADES



No horizonte contornos curvilíneos se aproximam
Aguardam-me ao amanhecer em forma de poesia.
Escuras as sombras das formações montanhosas
Vão ganhando nuances de cores sombreando nuvens.

O vento matinal vem balançar meus pensamentos
Segredar meus desejos ao nascer do sol além
Que já desponta luxuosamente dourado
Abençoando  meu despertar do dia  .

Vou compondo mentalmente em transe
Rimas de uma saudade transbordante
Anseia  embevecido meu coração encarcerado
Enquanto as imagens vão ficando para trás.

Árvores, pedras, estrada se confundem  rapidamente
E se perdem, se camuflam  vão ficando num passado recente
Vão-se beijos e abraços que ficaram nos lençóis quentes
Restam sintomas de saudades latentes disfarçadas em suspiros.

O relógio marca o tempo no compasso  mergulhando o dia
A estrada vai ficando para trás numa curva qualquer
Corre cerca, nuvem, encruzilhada, automóvel...
Ponteiros, rimas, acelerador e saudades se misturam no tempo.


Sem espaço para a saudade feiticeira
Ganha o mundo a danada sem limites
Volta à noite já trazendo novidades
Em um poema carregado de existências.

Denize Maria


terça-feira, 29 de abril de 2014

BAILAR DE ÉBRIOS



Contornei a tua boca com a minha
E meu corpo inteiro perdeu a linha!

Contornei com a minha, a tua mão,
Disparou subitamente meu coração!

Contornei teus olhos com o meu olhar,
Nada mais conseguiu me segurar.

Contornei teu sorriso com minha malícia,
Respondeu-me com um gesto de carícia.

Contornei teu peito em brasa, com o meu,
E você nem se lembra do que me prometeu...

Contornei com meus pensamentos as tuas curvas
Ficou cravadas na pele a marca de minhas unhas.

Contornei a tua nuca com meu polegar
E você jurou sempre me amar.

Contornei cada traço, cada curva, cada pedaço,
E de recompensa ganhei um forte abraço.

Contornei teu pescoço com meus braços
E me conduziste numa dança pelo espaço.

Contornei o teu sonho de menino
Quis assim que se cruzassem nossos destinos.


Denize Maria.

domingo, 27 de abril de 2014

MANHÃ DE DOMINGO AO SABOR DE TEU OLHAR


O mar que dança em teus olhos
Faz meus desejos afogar
Contagia, é inebriante...
Perder-me nesse doce olhar.

A brisa que tua presença emana
Faz minha pele arrepiar
Como se fosse o espelho d’água
Quando se deixa acariciar.

Não há nada neste mundo
Que possa em versos traduzir
Tamanha perspicácia
Que teus olhos tem de me seduzir.

Tento em vão como poeta
Falar vagamente desse profundo mar
Que guarda consigo, em segredo
O encanto de tanto amar.


Denize Maria.

sábado, 26 de abril de 2014

BEIJO MATINAL



Tua boca na direção da minha
É sinal de perdição
É completa perda de tempo
Tentar encontrar uma solução.

Mentalmente já vou desenhando
Tua boca tocando a minha
De olhos fechados  sinto o encaixe
E a maneira gostosa de como se aninha.

Tortura que dura intensos segundos
Mas que compensa no final
É o toque mais delicado
Não tem nada de banal.

Tenho sede de teus lábios
Eles me trazem  da vida a doçura
São a fonte dos desejos
Que dissipa qualquer amargura.

Trazem consigo o doce aroma
Que o mais puro amor exala
Faz disparar o coração apaixonado
E supérfluas palavras cala.

Denize Maria.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

SENSUAL



 Sensual
É derramar sobre os lençóis
Pétalas perfumadas
Colhidas na madrugada
Ainda borrifadas de orvalho.

Sensual
É andar por extensas avenidas
Iluminadas pelo teu olhar
Holofote para noites sem luar
Noites dominadas pelas trevas.

Sensual
É amanhecer sobre as dunas
Do teu corpo em frenesi
E buscar a liberdade com ânsia
E poder sentir a brisa te devassar.

Sensual
É beber do mel que escorre dos teus lábios
Sabor indescritível de sedução
Aroma não encontrado nos mais finos frascos
Unguento para qualquer mal e dor.

Sensual
É o flerte ousado na multidão
É o ir ao encontro de olhares ávidos
Na insistente busca de encontrar o teu
E saciar todas as dúvidas e desejos.

Sensual
É sentir a água morna escorrer pelo corpo
E poder brincar inocentemente de amor
E entregar-se a mil sensações atrevidas
Como se te possuíssem por alguns instantes.

Sensual
É o mistério que envolve o teu sorriso
Feito onda que foge apressada da areia
Ou talvez o enigma de uma teia
De causa-efeito sempre arrasador.

Sensual
É tua voz rouca, às vezes embargada
Que me diz lisonjas com palavras impolutas
Que ecoam suaves e profundas nas grutas
Ocultas de meus pensamentos atrevidos.


Denize Maria.