O
espaço de tempo entre o estar de pé e o cair é muito breve e só nos damos conta
quando passamos de um estágio para outro rapidamente, quase instantaneamente.
Comigo foi
mais ou menos assim, mas não convém falar aqui das minhas dores e consequências,
mas sim do tempo. O tempo que passo praticamente ociosa, não que assim eu
queira, mas por força... De quê mesmo?? Bom,
pensando bem, estou sendo forçada a ficar praticamente imóvel por causa de um
babaloo que estourou. Verdade!
Eu explico: Diagnosticada com hérnia de disco extrusa, e
devido a ela ( uma hérnia de respeito!), as dores quase insuportáveis e retenção
muscular, me impossibilitam de caminhar. Recomendada pelo médico, repouso,
fisioterapia e medicação. Não necessariamente nessa ordem, mas todas. Acrescentei
por sugestão a acupuntura. Amei. Mas voltemos
ao início. Procurei pela fisioterapeuta que já cuida de minha filha e expliquei
o problema. Ela prontamente me disse: Venha, vamos ver o que podemos fazer. No primeiro
atendimento fui à clínica. Quer dizer, minha amiga Denise Domingues me levou (Essa
é outra que vale uma vida pela amizade). A fisioterapeuta me avaliou, conversou e me
explicou que a hérnia parece com um babaloo. No meu caso, um babaloo estourado
com o recheio vazado. Rimos. Só esqueci de perguntar se tem sabor esse recheio.
Mas pensando bem... Melhor não. Na segunda sessão ela precisou vir até minha
casa, pois minha locomoção havia piorado. Entre um exercício e outro sempre uma
boa risada e um novo conceito sobre qualquer assunto. Filosofias então... A
gente se diverte muito. Foi nesse dia que ela me sugeriu uma amiga que faz
acupuntura. Vamos tentar? Disse ela. Tentamos. Na segunda feira ela aparece com
a amiga acupunturista. Muito centrada e profissional a amiga iniciou com os
procedimentos. Eu estava deitada na minha cama, e logo a fisioterapeuta muito espontânea,
deitou do meu lado e começou a fazer suas intervenções, palpitando daqui e
dali, perguntando, filosofando... Do outro lado da cama, minha mãe que estava
me visitando. Conversa vai, conversa vem, descobrimos que a menina das agulhas
era filha de uma conhecida de minha mãe na época de juventude, numa comunidade
do interior de Ibiam. Coincidências ou não, eu estava toda cheia de agulhas
enquanto a conversa rolava solta, os risos ecoavam no quarto e as filosofias
brotavam como água em cachoeira. A Jô
(fisioterapeuta) inclusive se prontificou em fazer em mim um procedimento de
emergência devido a um problema subsequente ao principal. Procedimento esse que
foge um pouco dos atributos de um fisioterapeuta e que não convém comentar aqui.
Acredito que ela deve ter se arrependido de ter falado, mas como ela fala tudo o
que pensa... E sempre cumpre e assume com o que fala... Sei que se eu precisar
ela será solícita em me ajudar. Mas pode ficar sossegada Jô, depois do que
aconteceu hoje cedo, acredito que não precisará empenhar sua palavra! ( risos).
Ontem voltei à
clínica e estavam as duas: a Jô e a Keila (acupunturista) a me esperarem. Rimos
muito, fizemos todos os exercícios, e ambas se mostraram muito preocupadas com
minha recuperação. Ontem então nos
superamos nas filosofias e conceitos (alguns de poucos proveitos), mas todos
verdadeiros e puros. Falamos de poesia e amor. Falamos de dor. De filhos. De fé.
De oração. De Marias.
A vida nos dá oportunidades
às vezes um tanto tortas para que possamos conhecer pessoas mais profundamente.
Às vezes para nos conhecermos a nós mesmos mais profundamente.
Denize Maria.
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