'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

quinta-feira, 20 de março de 2014

A TERAPIA DO RISO


                O espaço de tempo entre o estar de pé e o cair é muito breve e só nos damos conta quando passamos de um estágio para outro rapidamente, quase instantaneamente.
Comigo foi mais ou menos assim, mas não convém falar aqui das minhas dores e consequências, mas sim do tempo. O tempo que passo praticamente ociosa, não que assim eu queira, mas por força... De quê mesmo??  Bom, pensando bem, estou sendo forçada a ficar praticamente imóvel por causa de um babaloo que estourou. Verdade!
Eu explico:  Diagnosticada com hérnia de disco extrusa, e devido a ela ( uma hérnia de respeito!), as dores quase insuportáveis e retenção muscular, me impossibilitam de caminhar. Recomendada pelo médico, repouso, fisioterapia e medicação. Não necessariamente nessa ordem, mas todas. Acrescentei por sugestão a acupuntura. Amei.  Mas voltemos ao início. Procurei pela fisioterapeuta que já cuida de minha filha e expliquei o problema. Ela prontamente me disse: Venha, vamos ver o que podemos fazer. No primeiro atendimento fui à clínica. Quer dizer, minha amiga Denise Domingues me levou (Essa é outra que vale uma vida pela amizade).  A fisioterapeuta me avaliou, conversou e me explicou que a hérnia parece com um babaloo. No meu caso, um babaloo estourado com o recheio vazado. Rimos. Só esqueci de perguntar se tem sabor esse recheio. Mas pensando bem... Melhor não. Na segunda sessão ela precisou vir até minha casa, pois minha locomoção havia piorado. Entre um exercício e outro sempre uma boa risada e um novo conceito sobre qualquer assunto. Filosofias então... A gente se diverte muito. Foi nesse dia que ela me sugeriu uma amiga que faz acupuntura. Vamos tentar? Disse ela. Tentamos. Na segunda feira ela aparece com a amiga acupunturista. Muito centrada e profissional a amiga iniciou com os procedimentos. Eu estava deitada na minha cama, e logo a fisioterapeuta muito espontânea, deitou do meu lado e começou a fazer suas intervenções, palpitando daqui e dali, perguntando, filosofando... Do outro lado da cama, minha mãe que estava me visitando. Conversa vai, conversa vem, descobrimos que a menina das agulhas era filha de uma conhecida de minha mãe na época de juventude, numa comunidade do interior de Ibiam. Coincidências ou não, eu estava toda cheia de agulhas enquanto a conversa rolava solta, os risos ecoavam no quarto e as filosofias brotavam como água em cachoeira.  A Jô (fisioterapeuta) inclusive se prontificou em fazer em mim um procedimento de emergência devido a um problema subsequente ao principal. Procedimento esse que foge um pouco dos atributos de um fisioterapeuta e que não convém comentar aqui. Acredito que ela deve ter se arrependido de ter falado, mas como ela fala tudo o que pensa... E sempre cumpre e assume com o que fala... Sei que se eu precisar ela será solícita em me ajudar. Mas pode ficar sossegada Jô, depois do que aconteceu hoje cedo, acredito que não precisará empenhar sua palavra! ( risos).
Ontem voltei à clínica e estavam as duas: a Jô e a Keila (acupunturista) a me esperarem. Rimos muito, fizemos todos os exercícios, e ambas se mostraram muito preocupadas com minha recuperação.  Ontem então nos superamos nas filosofias e conceitos (alguns de poucos proveitos), mas todos verdadeiros e puros. Falamos de poesia e amor. Falamos de dor. De filhos. De fé. De oração. De Marias.
A vida nos dá oportunidades às vezes um tanto tortas para que possamos conhecer pessoas mais profundamente. Às vezes para nos conhecermos a nós mesmos mais profundamente.

Denize Maria.


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