'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

ONTEM



Chove e minhas lembranças
Carregam-me a uma rua vazia
Final de tarde de janeiro
Chovia também naquele dia.

Poças d’água, espelhos do tempo
Imagens se fundem, se misturam
Hipnótico olhar se perde inerte
Nas gotas de chuva que ali mergulham.

As recordações ganharam pernas
E a distância marcada pelo tempo
Permitiu-me ouvir as inocentes gargalhadas
Que ecoavam ao sabor do vento.

Inesperadas chuvas de verão
Marcas vivas na alma impregnadas,
Brincando sozinha- a menina da roça-
O tempo passou e o destino armou uma cilada.

Perfeitos círculos se desfazem continuamente
Numa coreografia uniforme e incansável se reproduzem.
São pingos cristalinos de água da chuva
Que ao sagrado templo das memórias, me conduzem.

O movimento intenso da rua me é alheio
Meus olhos fixam na água da chuva caindo
Mas as imagens que se difundem em minha mente

São os reflexos de uma alma em devaneio.

Denize Maria.

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