'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A CHUVA



A chuva nos encontrou despidos de qualquer razão
Brincou escorregar pelos cabelos
E percorreu sem pudores pelo dorso moreno
Contornando as curvas, colando a roupa, atiçando os desejos.
Já sem qualquer vestígio de sobriedade
Deixamos nossas peles se tocarem como carícia
Nossos corações ditarem o ritmo sem pressa,
Nossos olhares, o difuso, o complexo, o belo querer.
E a chuva continuou sua canção demente,
Enquanto o mais profundo anseio buscava porquês
Se os pés ainda pisavam a areia, mas o corpo havia ganhado asas...
As mãos ganharam vida, os lábios tocaram outros lábios sem reservas
Quentes, febris, afoitos...
À beira mar nossas fantasias tornaram-se palpáveis
Juntamos a poesia e o prazer num roçar de peles e mentes...
...o mar ainda trouxe uma onda leve para tocar nossos pés.



Denize Maria

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