'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

NA NOITE CHUVOSA DE JANEIRO

Na noite chuvosa de janeiro
Quando todas as luzes se apagam
E o sertão fica em total escuridão
Alguns  vagalumes solitários cintilam
Piscando aqui e ali entre as árvores
Brincando com nosso olhar curioso.
Enquanto aprecio o barulho da chuva
Caindo de mansinho, cantando baixinho
Me debruço sobre o peitoril da janela
E sobre minhas interrogações febris...
Brincando com a goteira que se forma
Deixo escorrer a água gelada por entre os dedos
Como quem quer adiar os desafios, parar o tempo...
Que pulsar é esse que vive de me atormentar?
Seria o despertar de um novo dia?
Seria o encontro do mar e a lua?
Seria o encanto assustador de um vulcão em erupção?
Seria a resposta incerta de uma certeza?
Seriam os medos e os desejos brincando de esconder?
Seria o poeta desvendando as entrelinhas?
A noite sem estrelas parece não ter vida
Uma imensidão vazia de nada,
Mas posso visualizá-las longínquas na escuridão
A observar o mesmo céu choroso.
Olhares estrelados se cruzam na imensidão das palavras
Os desejos se completam na grandeza dos pequenos versos
E nas reticencias permanece o camuflado querer ...
Na noite chuvosa de janeiro
Corpos sedentos se afogam em prazer.

Denize Maria.

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