'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

sexta-feira, 19 de julho de 2013

AO ENCONTRO DAS BORBOLETAS



 Tomada por uma sensação de leveza
Em transe, e sem destino certo,
Na carona de um vento traquino
Viajo na madrugada quente...
As últimas estrelas ainda se despedem.
Borboletas multicores vêm a mim
Dançando melodias suaves de fadas encantadas.
Caprichosamente, toques de pura magia,
Brotam em mim delicadas asas de luz...
Eu, uma borboleta?! Tudo como num sonho.
Ah, se eu fosse uma borboleta liberta!...
O meu único e árduo ofício
Seria o de beijar as flores, roubar-lhes o perfume...
E encantar os poetas distraídos.
O farfalhar suave de minhas asas
Far-se-ia um leque para abanar para bem longe
As dúvidas, as incertezas, e as lágrimas.
O meu colorido alegre – minha túnica
Formaria um arco-íris irrequieto
Sobre as jardineiras suspensas nas janelas.
Ah, se minha delicadeza poética
Pudesse inspirar todas as almas inquietas
Para que se entreguem ao amor sem barreiras
Para que se permitam a felicidade...
Se a minha liberdade estética
Despertasse nas pessoas o desejo de voar,
Libertando-as do peso da posse que as prende ao chão,
Descobririam asas camufladas emplumadas de sonhos.
Ah, se eu fosse uma borboleta viageira
E pudesse sobrevoar os amplos lagos verdes...
Vaidosamente espelhar-me-ia em suas águas
Enamorar-me-ia das flores para tocá-las com carinho
Desafiaria os ventos, daria asas à ventura de viver.
Se eu fosse uma borboleta... Almejaria ser quem eu sou,
Mesmo que fosse impossível a metamorfose física.

Minha alma é uma borboleta; minhas asas, a poesia.


Denize Maria.

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