Tomada
por uma sensação de leveza
Em
transe, e sem destino certo,
Na
carona de um vento traquino
Viajo
na madrugada quente...
As
últimas estrelas ainda se despedem.
Borboletas
multicores vêm a mim
Dançando
melodias suaves de fadas encantadas.
Caprichosamente,
toques de pura magia,
Brotam
em mim delicadas asas de luz...
Eu,
uma borboleta?! Tudo como num sonho.
Ah,
se eu fosse uma borboleta liberta!...
O
meu único e árduo ofício
Seria
o de beijar as flores, roubar-lhes o perfume...
E
encantar os poetas distraídos.
O
farfalhar suave de minhas asas
Far-se-ia
um leque para abanar para bem longe
As
dúvidas, as incertezas, e as lágrimas.
O
meu colorido alegre – minha túnica
Formaria
um arco-íris irrequieto
Sobre
as jardineiras suspensas nas janelas.
Ah,
se minha delicadeza poética
Pudesse
inspirar todas as almas inquietas
Para
que se entreguem ao amor sem barreiras
Para
que se permitam a felicidade...
Se
a minha liberdade estética
Despertasse
nas pessoas o desejo de voar,
Libertando-as
do peso da posse que as prende ao chão,
Descobririam
asas camufladas emplumadas de sonhos.
Ah,
se eu fosse uma borboleta viageira
E
pudesse sobrevoar os amplos lagos verdes...
Vaidosamente
espelhar-me-ia em suas águas
Enamorar-me-ia
das flores para tocá-las com carinho
Desafiaria
os ventos, daria asas à ventura de viver.
Se
eu fosse uma borboleta... Almejaria ser quem eu sou,
Mesmo
que fosse impossível a metamorfose física.
Minha
alma é uma borboleta; minhas asas, a poesia.
Denize Maria.
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