'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

segunda-feira, 1 de julho de 2013

FÁBULA




Vida moleca que não cresce
E corre descalça
Caminhos de pedras e espinhos.
Bebe da água que verte das dunas
Abraça a paixão dos vendavais
E abre os braços para o abrigo
De loucuras e fugidias venturas.
Adormecida no carinho da brisa
Passageira vida viva passeia
Pelo teu olhar vergel desabrochando...
Folhas e flores de ilusões vernais
Acariciam meu corpo e me entorpecem.
Giram os astros a vida
Num emaranhado de sentimentos
Num romper de grades austeras
Numa explosão meteórica de amor
Espalhando destroços, e auroras;
Despertam o encanto zodiacal
Na demência dos medos
(verdadeiros oceanos abismos)
Por onde singram desejos
Que partiram sem destino
(na certeza, a insensatez os naufragou).
Na ânsia do fim medonho
Ecoa um grito uníssono de desespero
E porquês buscam respostas
Numa histeria sem limites.
Nossa insanidade está disfarçada
Entre flores e poemas
No abandono de regras e normas
No confuso delírio de viver
De altas apostas nesse jogo sedutor
Brasa que arde, veneno que vicia.
No tempo curto de um flash, a vida
A eternidade registrada como alma nômade
Vestida de magia, adereço de felicidade.
Vida, poção que encanta e intriga!
Entre carrosséis e algodão doce
Numa roda gigante faz-de-conta
Ria de mim um palhaço macabro.
Quem mandou a moleca acreditar?
O destino me contou uma fábula:
Lírios não brotam no deserto.


Denize Maria.

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