'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

terça-feira, 5 de novembro de 2013

CLANDESTINO CAVALHEIRO



A noite chegou mansa como um abraço de afago
Trouxe as estrelas discretas e a lua em cio,
A mansidão dos ventos e o desassossego da alma,
E a escuridão desmedida aumentando a solidão vazia.

Dei de falar com os astros como num ato insano
Contei dos meus medos e do que me angustia,
Dos anseios e segredos que povoam meus pensamentos,
Das asas que ganho toda vez  que você se faz em profecia.

Ensandecida, componho ilusões e crio fantasias ousadas
Imagino o toque, o olhar, o beijo, o estremecer
O coração em descompasso diante do inusitado...
O tempo coroe o próprio tempo e sinto padecer.

Respiro o ar como quem quer encher-se de coragem
Um refrão já cansado ressurge nos febris pensamentos,
O que já estava complexo se torna quase insuportável
A incerteza e o desejo duelam forças  neste tormento.

É essa urgência que me incomoda
Que me faz perder o controle sobre meu querer
Que me faz sentir o chão fugir sob meus pés
Que me faz sentir anjo e demônio a teu prazer.

Imagens se fundem nas sombras da noite
Seria suas nuances de amante aventureiro?
Que veio a meu encontro através do pensamento
Envolvendo-me com volúpia, clandestino cavalheiro.


 Denize Maria




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