Sedutora aurora boêmia,
Vestida de sedas e alegorias
Dança a valsa dos ventos oscilantes
Poética e inocente às ondas fatais
Que afogam areias candentes.
Pelas bordas da taça escorrem
Lágrimas que o vinho transborda
E eu me deixo cair de teus olhos
Desenhando com traços severos
A transparência cristal de teu rosto.
Ao movimento da luz refletida
De estrelas latentes, anunciantes
Na vastidão do mar espelhada
Insinua-se vaidosa e nua a lua
Rompendo a íntima escuridão
Encarnada nos lábios sabor de vinho.
Dois corpos ébrios de amor
Almas em fuga conjugadas
Defloram sonhos envelhecidos.
O amor é consumado com um brinde
Ao amor, veneno e vício dos amantes
Na ânsia de um ao outro beber com avidez.
Denize Maria
Nenhum comentário:
Postar um comentário