'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

sexta-feira, 14 de junho de 2013

CARROSSEL




Reli meus versos um a um
E minhas palavras morreram nos abismos.
Esperei. Não respondeu eco algum.
- Será que te inventei?

Vai ver... Já te criei ousado
Como a mansidão dos verdes lagos vagos.
Cigano meteoro desvairado.
- Mentiram-me os sonhos?

Retalhos de uma canção de amor
Plumas ao vento valsando ilusões.
Girândola de saudade, covardia e dor.
- Onde vou chegar?

A noite se enlaçou no veludo da brisa
E descobriu-me louca, lúcida, ingênua, obscena
Na procura da rima que meu verso precisa.
- Eram reais as profecias?

Doeram todos os músculos
As âncoras enferrujando no cais
Na inútil espera de novos crepúsculos.
- Onde foi que errei?

O sonho, essa frágil escultura de areia
Acordou nu e só na praia deserta
 À espera da brisa que vagueia.

- E se a maré subir?

Denize Maria.

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