No
deserto profano que atravesso
Numa
caravana que vagueia difusa
Com
tendas feitas de sonhos e ilusões
Contemplo
teus olhos – miragem confusa.
Na
boca ávida, a sede de ti me consome...
E
um grito se perde sem eco no horizonte.
Os
rastos que o vento se apressa em apagar
Procuram
nuas águas que brotam da fonte.
Perdem-se nas dunas em constante metamorfose
Os
gritos surdos e os desejos mais ocultos.
O
mesmo sol que aquece o dia incendeia corpos
Que
se camuflam na noite como insones vultos.
Palavras,
tantas palavras ditas e escritas ao léu!
Cirandas
de versos – olhares afoitos e enigmas
Que
o vento tratou de varrê-los para bem longe...
Razão sem sentido, sem regras, sem paradigmas.
Certezas,
feito ventos impacientes e constantes
Desejos,
feito areias que escorrem pelos dedos...
A
travessia chega ao fim sem encontrar o teu oásis:
Sem um trajeto demarcado esbarro nos meus medos.
Denize Maria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário