'' Falar sem aspas,amar sem interrogação, sonhas com reticências,viver sem ponto final.'' Charles Chaplin

quarta-feira, 5 de junho de 2013

LENDA




Criei-te poema sem rima
Dei-te um nome que é morna carícia
E o escrevi na areia, grande tela.
Circulei-o com um coração caprichoso
E num ritual forte te ofertei às ondas
Enquanto semeava minhas lágrimas quentes.

Criei-te liberdade, feito o vento
Dei-te cores e pincéis
Que me retribuíste com um arco-íris no olhar
E violetas nas jardineiras de meus lábios.
Coloriste minha alma com a primavera
E destes vida às borboletas de papel.

Criei-te doce, feito mel.
Segredei-te meus sonhos mansos
Retalhos de fantasias e verdades...
Busquei refúgio no teu oásis de aconchegos
E vivi o medo de mergulhar fundo nos teus olhos
Fonte de desejos transbordando estrelas vivas.

Criei-te luar farto
E dei-te vastas avenidas para desfilar
Mas inquieta, sequestrei todo esse brilho intenso
Como se quisesse, por ciúmes, afogar a madrugada
Que rouba de ti o perfume do verão que se fez em mim.

Denize Maria


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